Introdução
A Sociologia surge como uma manifestação do pensamento moderno. Ela é a ciência da sociedade e o seu objeto é o estudo do mundo social e as relações sociais implicadas nele. De modo geral, convencionou-se considerar o século XIX como o sua época de origem, apesar disso, é possível afirmar que parte de seu pensamento já estava sendo construído no século anterior, isto é, no século XVIII.
Um Tempo de Mudanças
O tempo que deu a luz a sociologia foi um período marcado por enormes mudanças. De modo resumido, isso significou o triunfo do sistema capitalista industrial sobre o feudalismo, de maneira mais detalhada, isso significou uma mudança impactante nos modos de produção, na maneira de organização e na maneira de se pensar a própria existência, o que configurou-se como uma verdadeira mudança de ordem social. Nesse processo, três grandes fatos foram de suma importância:
Revolução Industrial: significou o fim do modo de produção feudal e o triunfo do capitalismo e das novas formas de organização da vida social. Dessa maneira, houve uma transformação dos camponeses em trabalhadores assalariados, a retirada dos meios de produção desses últimos (ferramentas e instrumentos agrícolas, terras etc.), a formação de uma classe burguesa.
Iluminismo: datado do século XVIII, o iluminismo foi uma corrente de pensamento que tomou conta da Europa defendendo novas formas de conceber o mundo, a sociedade e as instituições. A partir dele, novas formas de pensamento surgiram, se abandonou o pensamento religioso como possuidor de toda a autoridade no que consta ao bem e a verdade, valorizou-se então a dúvida metódica e com ela a ciência. Neste período, surgem as ideias de progresso, evolução, desenvolvimento e também o início da ascendência da burguesia, elementos que no século XIX se apresentariam como fundamentais do espírito daquele tempo.
Revolução Francesa: tomados pelo espírito do iluminismo, na frança o povo depôs o antigo regime, que beneficiava uma pequena parte de uma população composta por milhões de cidadãos. Os revolucionários, neste tempo constituído pelo que viria a ser chamado de burguesia, tomaram o estado como instrumento de incentivo a empresa capitalista em nascimento através da busca pela redução da intervenção do Estado na economia e a adoção de medidas que fomentassem suas ambições econômicas.
A Nova Ordem Social: uma sociedade disfuncional
A nova maneira de organização, a mudança de uma sociedade fincada e baseada em preceitos religiosos para uma sociedade que tinha a partir de uma nova dinâmica de divisão do trabalho e de uma racionalidade lógica seus novos preceitos de existência, levaram a fragmentação de tudo que era encarado como sólido. Além disso, com as novas dinâmicas de produção, trazidas pelo capitalismo, as ideias de progresso, desenvolvimento e prosperidade não se concretizaram para a maioria da população, o que significou para estas uma existência marcada pela pobreza, doença e miséria. Esse antagonismo levou então a uma série de conflitos, os quais por sua vez, acabaram por revelar o caráter disfuncional da nova realidade. Sob essa realidade e ainda com a forte lembrança dos acontecimentos em solo francês, chegou-se a conclusão que era necessário começar a refletir de modo sistemático, racional e científico sobre a sociedade, surge então a sociologia, sendo primeiramente institucionalizada enquanto tal na frança.
A Nova Ciência: a sociologia
Diante de tal contexto, é possível dizer que a sociologia nasce da vontade de intelectuais em intervir em sua realidade, para isso eles elegeram o método científico como seu instrumento, de modo a construir um conhecimento submetido aos seus preceitos. Para que esse conhecimento fosse construído, eles deveriam dar conta do problema da nova ordem social e com isso explicar as grandes transformações provocadas pela formação e desenvolvimento do capitalismo e da sociedade moderna. Algo que, de um certo modo, continua até os dias de hoje como objetivo dos sociólogos e demais cientistas sociais.
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